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12/10/2018

Roger Waters em São Paulo no Allianz Parque


No show do dia seguinte, o cantor reagiu às vaias e se disse "censurado"




Fontes:
O Globo
Zero Hora


Roger Waters não decepcionou quem esperava dele um show cheio de música, espetáculo visual e muito discurso político na abertura da porção brasileira da turnê "Us + them" , nesta terça à noite, na Arena Palmeiras, em São Paulo . 

Apesar de Waters ter posicionamentos progressistas e ser um ativista social, além de constantemente realizar manifestações políticas em suas apresentações, uma parte do público foi pega de surpresa no show da última terça-feira (9), no Allianz Parque, em São Paulo. No primeiro espetáculo em solo brasileiro da turnê, foi exibido mais de uma vez no telão a hashtag #EleNão, símbolo do movimento contra o candidato a presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PSL). Quando o fundador do Pink Floyd – banda na qual atuou como baixista e vocalista – exibiu slogan durante a canção Eclipse, que gravou com seu ex-grupo, muitas vaias ecoaram por parte dos quase 40 mil presentes, que desembolsaram entre R$ 330 e R$ 810 para o evento.

Embora o presidente americano Donald Trump continue sendo o alvo preferido do cofundador do Pink Floyd, Jair Bolsonaro foi mencionado algumas vezes direta e indiretamente na apresentação. 


A primeira vez foi durante intervalo que Waters e banda fizeram após a execução da seminal "Another brick in the Wall", que contou com a participação de meninos e meninas de comunidades paulistanas acompanhando a música numa espécie de coreografia. Vestidos com macacões laranja, como prisioneiros americanos, eles terminam o número exibindo camisetas com a inscrição "Resist" (resista, em inglês).


Já no no intervalo do show, o telão exibiu um vídeo com uma lista de líderes políticos de diversos países com os dizeres "Neo-fascism is on the rise" ("Neofascismo está em alta", em tradução livre), relacionando nomes de presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, a líder nacionalista francesa Marine Le Pen e, entre outros, Bolsonaro. A projeção também pedia que as pessoas resistissem à guerra, aos maus governantes, à corrupção, entre outras mazelas.

Show de Roger Waters levou multidão ao Allianz Parque 

Mais para o final do show, após outro grande sucesso do Pink Floyd, "Eclipse", o telão exibiu pela primeira vez a inscrição #Ele não, em referência à campanha nas redes sociais contra o voto em Bolsonaro. Antes de começar o bis, que teve "Mother" e "Confortably numb".

Claro que também houve aplausos e gritos de consentimento ao "Ele não". De qualquer maneira, Roger Waters foi xingado por muitos espectadores. Há relatos de pessoas que saíram do estádio. Durante a divisão de manifestações do público, o músico permaneceu no palco sem dizer nada por cerca de cinco minutos. Ressaltou que não sabia direito o que acontece no Brasil, afirmou saber que há uma eleição em andamento no país e que "não tem nada a ver com isso". Mas, disse ele, não poderia deixar de se posicionar:

– Vocês têm uma eleição muito importante daqui a três semanas. Sei que isso não é da minha conta, mas devemos sempre combater o fascismo. Não dá para ser conduzido por alguém que acredita que uma ditadura militar pode ser uma coisa boa. 

— Eu sou a favor dos direitos humanos — afirmou ele, que agradeceu o carinho do público. — Prefiro estar num lugar em que o líder não acredita que a ditadura é uma coisa boa. Lembro das ditaduras da América do sul e não foi bonito.



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