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08/11/2013

Noise for Syd - Ópera em memória ao gênio da psicodelia



icon / sonic tribute to Syd Barrett (Yuval Avital)

O grande "Richard Wright", quando recebeu a notícia de que "Syd" havia partido em 2006, comentou: "Syd foi a luz orientadora da banda quando tudo aconteceu, e deixa um legado que continua a inspirar". Sem dúvida uma luz seminal da psicodelia e do próprio progressivo. 

Yuval Avital, é músico, compositor, guitarrista, artista multimídia, surreal, e também responsável pela criação desta ópera, a qual ele comenta: "Noise for Syd, é dedicado à memória de 'Syd Barrett', é a minha homenagem a liberdade de som e de expressão, um tributo à uma época de fantasia, êxtase e criatividade."

Ele ainda acrescenta: "Syd Barrett, mais lembrado como o fundador do "Pink Floyd", foi uma figura de destaque no underground psicodélico de Londres na década de sessenta. Ele era um verdadeiro músico experimental, usando extensivamente feedbacks, distorções e dissonâncias em extremamente longos concertos da banda no clube UFO, muito antes de alcançar sua fama. A entrada para o "star system" da indústria da música, e a adição do uso pesado de drogas alucinógenas, esmagaram-no como um artista, e nos últimos 20 anos de sua vida, 'Barrett' escolheu viver em Cambridge num exílio do mundo musical."

"Noise for Syd" é descrito como um trabalho baseado no "conceito wagneriano de ópera total", (*Gesamtkunstwerk, que busca a integração inalcançável de todos os elementos em uma só obra), que atende a psicodelia em uma poesia de investigação dedicado à figura controversa de "Syd Barrett". Assim, o drama musical da ópera aspira a um estado imaginário, indiciado pelo vídeo, entre outros recursos sonoros e visuais, que melhor permite concretizar elementos simbólicos difíceis de transpor da obra para o palco. 


A obra iconográfica de Avital, "Noise for Syd", ao longo dos seus 77 minutos, não tem arranjos e ou citações de composições de Syd Barrett ou do Pink Floyd. No entanto, a pontuação psicodélica do artísta, um trabalho gráfico que mistura direções visionárias de palco, notação tradicional, imagens, desenhos, e citações icônicas - é um mapa de sinais, padrões, metáforas, sons, gestos, e símbolos que evocam aspectos íntimos, e histórico detalhado de "Syd": o desaparecimento precoce do cenário musical e o retiro em um auto-exílio de mais de 30 anos na casa de sua mãe em Cambridge, o mundo de alucinações em que Barrett foi perdido, o testemunho de seus companheiros de banda, sua família, e, acima de tudo, a ferida invocando lágrimas - como nas famosas canções: "Shine On You Crazy Diamond" e "Wish You Were Here" - animando uma longa lista de teorias e lendas sobre sua história que ainda hoje, quando questionado publicamente, conseguem provocar controvérsias.

Segundo a produção, "A obra é composta de sete quadros alegóricos em camadas paralelas, (confira descrição dos quadros: http://www.yuvalavital.com/noise-for-syd/), criados a partir de sons eletrônicos, gravações ao vivo, instrumentos clássicos e elétricos, objetos de arte, objetos sonoros analógicos, projeções, produções de vídeo e ação, e cuja fase varia desde a linguagem expressiva da dança clássica, até performances baseadas no conceito da artista sérvia Marina Abramovic (que recentemente em Nova York, no MoMA, ficou sentada, em silêncio, por mais de 700 horas, enquanto os visitantes da mostra revezavam-se em uma cadeira em frente à dela), a partir do modelo de Teatro Butoh (teatro japonês em forma de dança que mistura mímicas e expressão corporal onde bu = dança e toh = passo. Literalmente, dança compassada), para a “Dança-Teatro” contemporânea de Pina Bausch (A expressão "Dança-Teatro" ['Tanztheater', em alemão], tem como definição mais universal "a união genuína da dança com alguns elementos do teatro, criando uma nova e única forma de dança, na qual a maior referência é a realidade humana.")

syd

"Neste trabalho, o quadro não têm o formato extenso de uma 'ópera-rock', mas é uma experiência verdadeiramente multi-sensorial poética dedicada a 'Syd Barrett', fundador do 'Pink Floyd', sete anos depois de sua morte."

A estréia acontece no Aperto Festival em Reggio Emilia, Itália, em 13 de novembro. Os participantes são avisados ​​que o show contém "cenas de nudez, iluminação estroboscópica também por longos períodos, e música alta". Confira abaixo o preview: 

 

Noise for Syd - icon/sonic concert in memory of Syd Barrett
Yuval Avital - Composition, direction, video, electric guitar, noise effects Matteo Guarnaccia - slideshow, overhead projector, body painting Giovanni Cospito - electric bass & live-electronics Lorenzo Colombo - extended drum-set & percussions Paolo de Gaspari - bass-clarinet & ethnic reeds Riccardo Sinigaglia- MOOG, VCS, grand piano (to be played inside) Simone Beneventi - Noise objects, percussions Anna Kolesarova & Marta Mazzoleni - Dance Isabella Spinelli - Stage design & assistant director Paolo Latini - Light design with the artist Matteo Guarnaccia (visuals, stage design, projections, body painting).



Com o intuito de melhor exemplificar o trabalho deste artista, abaixo um vídeo de "OTOT", obra sinfônica definida pela imprensa como "o show mais surreal do ano" (Vanity Fair)," :


*Gesamtkunstwerk, ou em português, Obra de arte total, é um conceito estético oriundo do romantismo alemão do século XIX. Geralmente associado ao compositor alemão Richard Wagner, o termo refere-se à conjugação de música, teatro, canto, dança e artes plásticas, em uma única obra de arte. Wagner acreditava que, na antiga tragédia grega, esses elementos estavam unidos, mas, em algum momento, separaram-se. O compositor criticava o estado da ópera do seu tempo, em que toda ênfase era dada à música, em detrimento da qualidade do drama .

O termo é usado com freqüência, principalmente na Alemanha, para descrever qualquer integração de diferentes formas de expressão artística.

Na construção de seu teatro em Bayreuth, Wagner deu grande importância a elementos que proporcionassem ao público uma total imersão no mundo da ópera - como o escurecimento do teatro, efeitos sonoros, rebaixamento da orquestra e reposicionamento dos assentos para focar a atenção no palco. Esses conceitos foram revolucionários na época e hoje fazem parte da maioria das produções operísticas. (Wikipédia)

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