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10/05/2018

Guitarrista de Roger Waters, Jonathan Wilson faz voo solo



  1. Trafalgar Square  
  2. Me  
  3. Over the Midnight 
  4. There's a Light  
  5. Sunset Blvd  
  6. Rare Birds 
  7. 49 Hairflips  
  8. Miriam Montague  
  9. Loving You  
  10. Living with Myself  
  11. Hard to Get Over  
  12. Hi Ho the Righteous  
  13. Mulholland Queen 


O cantor, compositor e produtor Jonathan Wilson, que lança o disco "Rare birds" Foto: Shelby Duncan / Divulgação

Nos últimos anos, Jonathan Wilson recebeu louros por trabalhos musicais nos quais atuou como coadjuvante. Além de trabalhar como cantor e guitarrista da banda de Roger Waters, é dele a produção dos três aclamados discos do ácido trovador indie-hipster Father John Misty.

Agitador cultural responsável pelo rejuvenescimento da cena californiana de Laurel Canyon — que nos anos 1960 e 70 reuniu nomes como Joni Mitchell, Frank Zappa e Jackson Browne —, o artista de 43 anos busca a maturidade sonora e lírica em seu terceiro disco, “Rare birds”, deixando para trás seus dois primeiros e erráticos esforços solo, “Gentle spirit” (2011) e “Fanfare” (2013).

— Tenho trabalhado neste álbum desde o lançamento de meu último disco. Foi difícil encontrar tempo para me dedicar a esse projeto, com tanta coisa acontecendo em outras frentes — explica um calmo e surpreendentemente gago Wilson ao GLOBO, por telefone, de Berlim.

Mais um fruto da linhagem vocal de Bob Dylan e Tom Petty, Wilson apresenta em “Rare birds” 13 canções que trafegam pela sonoridade vintage (e atual) dos sintetizadores e pelo analógico de guitarras, baixo e bateria.

— Tentei alcançar uma mistura das coisas que amo, com texturas sônicas que são instigantes para mim. Também busquei separar a diferença entre antigo e novo. Não é um som retrô dos anos 1970, o que foi dito sobre as coisas que eu já fiz. Minha ideia era fazer uma mistura de passado, presente e futuro — sintetiza. Sempre tento criar uma atmosfera para fugir desse mundo doentio. Essa postura que eu mostro na minha música reflete exatamente quem eu escolhi ser. É um lugar para escapar da falta de sentido em que estamos inseridos.

Essa ambição aparece já na abertura, na espacial “Trafalgar Square”, espécie de encontro entre Grateful Dead e Pink Floyd num futuro distópico. E as referências seguem em “Living with myself” (Bruce Springsteen), “Over the midnight” (Tom Petty) e “Hard to get over” (Talking Heads), mas sem cair na armadilha da cópia.

— Cresci ouvindo Beatles e The Who, toda a British invasion, mas também o som setentista de Califórnia, The Eagles, Browne, essas coisas. Além de Duran Duran, Talk Talk e Mike & The Mechanics, já nos anos 1980 — conta o músico.

Outra influência marcante para Wilson, tanto musical quanto espiritual, é George Harrison. O legado do ex-Beatle pode ser visto no single otimista “There’s a light”, que diz, entre melodias e guitarras slide harrisonianas: “Há um motivo pelo qual tocamos entre as estrelas/ um motivo de sermos o que somos/ um motivo pelo qual prosperamos/ uma crença para seguir vivos.”

— Pensei muito no George quando fiz essa música, na vibe dele. E eu queria escrever uma canção que transmitisse apenas algo positivo — comenta Wilson. — Sempre tento criar uma atmosfera para fugir desse mundo doentio. Essa postura que eu mostro na minha música reflete exatamente quem eu escolhi ser. É um lugar para escapar da falta de sentido em que estamos inseridos.

Wilson mergulha no seu particular misticismo espiritual viajandão nos oito minutos da hipnotizante “Loving you”, que conta com vocais improvisados do multi-instrumentista americano Laraaji.

— Ele é uma das minhas pessoas favoritas. Foi um privilégio poder gravar com o Laraaji, com toda aquela energia. Para ser sincero, a maior parte do tempo as minhas influências vêm dos amigos — afirma.

E dois deles participam fazendo vocais de apoio em “Rare birds”: Lana Del Rey, em “Living with myself”, e Joshua Tillman (nome de batismo de Father John Misty), em “49 hairflips” e “Miriam Montague”.

— Passei muito tempo com a Lana em 2017. Ela foi parte importante na produção do disco. E o Josh é meu irmão musical. Ele é alguém que está constantemente em minha vida, no meu estúdio, estamos sempre bastante envolvidos com o processo criativo um do outro.

No Maracanã, em outubro

No dia 24 de outubro, Wilson tem show marcado no Rio, no Maracanã, onde tocará na banda de apoio de Roger Waters.

— Roger é uma lenda. Ele é um dos mais inteligentes compositores de todos os tempos. Estar envolvido num projeto com ele é um prazer indescritível. Espero fazer também alguns shows solo paralelos quando estiver no Brasil — diz.

Músico de apoio e produtor, Wilson conta que decidiu investir na carreira solo após as jam sessions realizadas em Laurel Canyon, onde, além dele e de Misty, tocavam nomes como Chris Robinson (The Black Crowes).

— Músicos famosos iam lá tocar, e muita gente pensou que estava de volta aos anos 1960, com meninas bonitas tocando pandeirolas e neo-hippies correndo descalços depois de consumir cogumelos. Mas aí a imprensa começou a me chamar de o Rei de Laurel Canyon e outras bobagens, como se eu fosse um guru. Estragaram tudo, é claro — brinca Wilson, que pretende focar no seu próprio trabalho nos próximos anos. — Já guardei todo o equipamento do meu estúdio. Agora, vou só pensar em fazer minha música.

Fonte: O Globo

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