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31/10/2018

The Dark Side Of The Moon: O álbum sensorial da banda Pink Floyd





Fonte: Rota Principal
Por Isabelle Vasconcelos

A banda que surgiu em 1965 e provocou uma reviravolta musical ao lançar seu álbum experimental, filosófico e psicodélico The Dark Side Of The Moon, em 1973, mostrou sua vertente questionadora sobre a realidade e o propósito existencial humano. O grupo revolucionário psicodélico agrupou um total de 10 músicas que segue uma narrativa específica e por isso não deve ser escutada de forma aleatória, respeitando sua estrutura quase que cinematográfica, que nos dá um vislumbre sobre os questionamentos existenciais do homem, desde política, tempo, ambição, alienamento, sociedade e solidão. O grupo Pink Floyd era formado por Roger Waters, David Gilmour, Syd Barrett, Richard Wright e Nick Mason, que foram os principais em impulsionar divagações para o público hipster do auge da década de 1970.

O principal conceito da banda para a elaboração do projeto deve-se a alguns fatores, mas o principal dele é o ex-integrante do grupo Syd Barrett, que saiu do Pink Floyd por causa de seus problemas com a saúde mental, que se agravaram devido ao excesso do uso de drogas. Sua significativa contribuição artística para a banda foi revertida como uma homenagem dos outros integrantes para sua arte, que inquestionavelmente tem sua essência nos alicerces da banda. Procurando atribuir um valor pessoal e subjetivo para a obra, os músicos desenvolveram visionariamente de modo erudito e ao mesmo tempo acessível à compreensão para os fãs. Produzido no clássico estúdio inglês Abbey Road, seu sucesso foi imediato chegando ao topo da Billboard 200, nos Estados Unidos, e sendo considerado um dos melhores álbuns de todos os tempos pela crítica especializada que reconhece a relevância sonora para o mundo da música.

Nós somos introduzidos ao álbum com a música prelúdio ‘Speak to Me’, que nos apresenta uma pequena mostra sobre os elementos do disco com duração de 1 minuto. De maneira contínua passa para a faixa seguinte, ‘Breath (in the air)’, trazendo arranjos experimentais numa letra que fala sobre a solidão, o desapego emocional, a brevidade da vida, com seus momentos de auge e decadência, e a busca interminável por êxito. Sem pausas a próxima faixa ‘ On the Run ‘ segue adiante na continuidade com instrumentos ou técnicas inéditas até então, mostrando sua singularidade musical. A quarta música ‘ Time ‘ nos bombardeia com inúmeros relógios tocando, a relatividade do temporal e as várias perspectivas de como o tempo afeta cada um e como estamos gastando ele, como estamos matando o tempo e a sua rapidez passa despercebida. As horas deslizam sob seus dedos, lembrando muito a inconsistência do tempo da obra surrealista de Salvador Dalí. Você foi colocado involuntariamente numa corrida tentando vencê-lo, mas o final parece inevitável.




“E eu não tenho medo de morrer, qualquer hora pode acontecer, sei lá. Por que eu deveria ter medo de morrer? Não há razão para isso, um dia você vai. Eu nunca disse que tinha medo de morrer”, toca ‘The Great Gig In The Sky‘, antes intitulada The Mortality sequence. O grande espetáculo no céu questiona os mistérios celestiais que todos já se perguntam, mas não se tem respostas concretas e totalmente verdadeiras. Temos essa introdução do vocal de Clare Torry “ lamentando”, o vocal desesperador da cantora exemplifica seu horror perante a morte que contrapõe a fala do áudio no início da música. Com ‘Money’ vemos a mais ácida do disco, com críticas ao status quo da sociedade de consumo, o exagero, a satisfação do ato da compra, o exibicionismo, a estabilidade social que o dinheiro pode lhe oferecer e assim como a instabilidade mental. Com mensagem direta sem muitas aberturas para outras interpretações, deixando claro o ponto crucial abordado pela banda.

Em ‘Us and Them’ temos mais uma vez o homem como personagem principal dos sofrimentos de se viver em grupo, da necessidade de se ter união. Somente homens comuns que estão em busca da realização. ‘Any Color You Like’ sucede com a parte instrumental com Dick Perry no saxofone e um coral pequeno de apoio. Logo após entra ‘Brain Damage’, que de forma lunática nos diz “tem alguém na minha cabeça, mas não sou eu “, iniciando a narrativa com a loucura que está em toda parte, fazendo relação ao Syd Barrett e seus problemas mentais. Concluindo a trajetória do enredo, a música ‘eclipse’ traz o desfecho perfeito para a história, resumindo todos os aspectos levantados ao longo da obra. Pink Floyd traz todos os mártires e hipóteses que fazemos ao pensarmos sobre as diretrizes da vida e todas as influências que temos ao longo dela. Com aspectos dignos de um roteiro de um filme de ficção cientifica, a banda sintetiza poeticamente as interrogações e as consequências do ser pensante.


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