Nelson de Souza Lima
Costuma-se dizer no jargão roqueiro que as maiores bandas de rock das décadas de 60, 70 e 80 são tão espetaculares por sua obra que já se tornaram clássicas. Do mesmo modo os grandes compositores eruditos também seriam autores clássicos por sua complexidade e beleza nas peças.
Enfim seja rock ou música clássica quando ambos se encontram o resultado é pura magia. E foi exatamente isso que aconteceu no Allianz Parque Hall na última segunda-feira, 26, quando a Orquestra Petrobras Sinfônica interpretou na íntegra “The Dark Side Of The Moon”, magistral álbum do Pink Floyd, lançado em março de 1973. O disco, oitavo dos britânicos, ainda é um dos mais emblemáticos do rock por sua sonoridade, inovação, experimentação, temas, além é claro da icônica capa que traz um prisma sendo atravessado por um feixe de luz. Um álbum que mostra a genialidade de David Gilmour e Roger Waters que após a saída de Syd Barret se tornaram os líderes naturais da banda.
Ouvir canções espetaculares como “Money”, “Time” ou “The Great Gig in The Sky” com uma interpretação genial da Orquestra Petrobras foi deleite para os ouvidos. Tendo à frente o maestro Isaac Karabtchevsky o intuito dos idealizadores do projeto é tornar a música clássica mais palatável e popular. Antes de “The Dark Side Of the Moon” já haviam orquestrado os igualmente genias “Thriller”, de Michael Jackson e “Ventura”, do Los Hermanos.
Por volta das 21 horas a apresentação iniciou não sem antes o regente, muito animado e descontraído como sempre “afinar” a plateia, já que teria uma participação importante no show/concerto.
Após rápidas palavras enaltecendo o trabalho do baixista Ricardo Cândido pela concepção, idealização e execução do projeto preparou a batuta. Em seguida o que se viu foi uma brilhante interpretação do disco com arranjos que levaram às lágrimas alguns presentes.
As vozes guias e solos foram feitas por violinos, clarinetas e sax, além de um competente coro de três vozes.
As mais conhecidas e populares do disco são as citadas acima, mas na sua integralidade o disco é perfeito. “Us and Then”, “Any Color You Like” e “Brain Damage” é uma sequência de emocionar.
Ao término da apresentação o maestro enalteceu mais uma vez a perfeição do Pink Floyd, pedindo aplausos para sua orquestra que não deixou nada a dever aos arranjos originais. Mas não acabou. Emendaram um medley trazendo entre outras “Wish You Were Here” e “Another Brick on the Wall” que empolgou o público num coral de mais de 6 mil vozes.
Isaac Karabtchevsky parecia não querer deixar o público ir. Na verdade ninguém queria ir embora mesmo. Mandou de novo “Time”, “Money” e o medley atendendo a pedidos.
A apresentação terminou às 23 horas com todos satisfeitos e agradecidos por esse grande show
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