- Roger Waters faz do show ‘The Wall’ uma experiência grandiosa em São Paulo
A terceira apresentação da turnê brasileira de Roger Waters, com o espetáculo “The Wall”, reuniu 70 mil pessoas - segundo os organizadores - no estádio do Morumbi, em São Paulo, na noite de domingo (dia 1). Ainda há ingressos para a quarta e última data, nesta terça-feira, no mesmo local.
Waters não demonstrou pontualidade britânica e subiu ao palco com 13 minutos de atraso, às 21h43. Logo no início, nota-se que é uma produção tão ambiciosa quanto o álbum clássico da banda inglesa – “The Wall”, de 1979 –, que é executado na íntegra. Roger e sua banda de apoio se apresentam entre as ruínas de um gigantesco muro cenográfico (com 137 metros de largura), que vai sendo reconstruído, tijolo a tijolo, ao longo da performance. Não economizaram em efeitos audiovisuais que vão desde o som de um ataque aéreo a bonecos gigantes, pirotecnia e projeções gráficas hipnotizantes que ilustram cada canção.
Aproveitando o conceito do disco, o muro é um coringa que representa ora a desintegração social do capitalismo ou a separação da Berlim pós-Segunda Guerra, ora o isolamento afetivo do indivíduo ou até a intransponível barreira que separa um artista no palco do seu público. O muro, ao encobrir os músicos gradualmente, não só enfatiza esta conotação, como reforça a impressão de que a música está em segundo plano.
O que não significa que tenha sido executada com menos brilho. Aos 68 anos, Roger Waters ainda é um performer de fôlego, seja dedilhando seu baixo ou aproveitando o timbre vocal grave e rouco para emular encorpadas entonações.
Roger Waters no estádio do Morumbi, em São Paulo
Roger Waters se apresenta ainda na terça-feira em SP
O telão no show de Roger Waters
Muro que forma o cenário do show
Crianças que fazem parte do coral que participou do show
Sua enorme banda de apoio também é competentíssima, e a reprodução de “The Wall” beira a perfeição. Os solos sutis e cirúrgicos de David Gilmour em canções como “Empty Spaces” e “Hey You” são releitos com primor por Dave Kilminster, G.E. Smith e Snowy White, que foi membro do Thin Lizzy e atuou como músico de apoio do Pink Floyd na primeira turnê de “The Wall”, em 1980.
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