Roger Waters produziu uma obra conceitual que segue os passos do Pink Floyd, principalmente a partir de "The Dark Side of the Moon" onde se manifesta através de suas letras com o propósito de chamar a atenção sobre situações conflitantes que diariamente convivemos, expostos às organizações de toda sorte que não medem esforços para orquestrar os ditames da humanidade, o que a consciência e a razão dizem que deve ser. É atemporal como todas as obras que sucedeu. Dotado de um teor crítico contundente, o álbum revê os vários temas discutidos em "The Wall, a partir do repúdio de Waters pela participação da Inglaterra na Guerra das Malvinas, expondo a culpa dos líderes políticos ("The Fletcher Memorial Home") e o sacrifício de várias vidas sem sentido algum, a não ser dos interesses escusos, implícitos nas conquistas destes governantes que buscam cultuar suas próprias imagens através do poder, trazendo sofrimento àqueles que governam e o consequente desvio da atenção aos problemas mais urgentes como melhor qualidade de vida e justiça social. Se olharmos para a constante devastação da natureza, a flagrante diferença dos tantos na pobreza, os poucos que manipulam ambas as situações degradantes através do poder e da riqueza, a opressão, guerras civis, o álbum parece ter sido concebido hoje em dia.
As pequenas faixas de tecido colorido da capa, tratam-se de condecorações de guerra. As distinções são quatro. A maior, branca com listras roxas inclinadas é ganha por atos de coragem e valor em combatentes aéreos. A dourada (com listras preta, vermelha e azul) bem como a verde (com listras preta e vermelha) são ganhas por tempo de serviço. A outra dourada (com listras vermelha, azul e preta) é ganha por serviços prestados na África. São todas medalhas da Segunda Guerra Mundial. No verso, um general com uma faca nas costas, intuí-se que embora condecorados, o destino daqueles que arriscaram suas vidas é o do abandono a própria sorte.
As pequenas faixas de tecido colorido da capa, tratam-se de condecorações de guerra. As distinções são quatro. A maior, branca com listras roxas inclinadas é ganha por atos de coragem e valor em combatentes aéreos. A dourada (com listras preta, vermelha e azul) bem como a verde (com listras preta e vermelha) são ganhas por tempo de serviço. A outra dourada (com listras vermelha, azul e preta) é ganha por serviços prestados na África. São todas medalhas da Segunda Guerra Mundial. No verso, um general com uma faca nas costas, intuí-se que embora condecorados, o destino daqueles que arriscaram suas vidas é o do abandono a própria sorte.
The Gunner’s Dream
Para Roger Waters, a entrada da Inglaterra em um novo conflito era uma punhalada, uma traição que ele via de forma bastante pessoal. Afinal, era o fim do "post war dream" (mencionado na faixa homônima), o sonho de que a ilha não se envolveria em um novo conflito bélico após o final da Segunda Grande Guerra. Um sonho que para "Waters" era bastante caro, uma vez que seu pai "Eric Fletcher Waters", segundo-tenente faleceu nas colinas de Anzio, na Itália, em 1944. É o Fletcher de "Eric Waters" que dá nome a "Fletcher Memorial Home", também do álbum "The Final Cut", onde mais uma vez cita "Maggie", Brejnev, Begin, entre outros, como polidores de medalhas, afiadores de sorrisos e jogadores de jogos de guerra. "Bum, Bum, Bang, Bang, deite-se, você morreu".
A Guerra das Malvinas é retratada em quase todas as suas canções, A tragédia da guerra é vista no disco sob a ótica inglesa de "Waters", mas não apoia um lado ou outro. Muito pelo contrário, retrata o descontentamento dos ingleses com a primeira ministra na época, Margareth Tatcher, chamada "carinhosamente" de Maggie, que estava com a popularidade seriamente debilitada devido a suas duras medidas econômicas. Galtieri, o outro personagem principal da guerra, um ditador bêbado e facista, é citado nominalmente, junto a outros líderes beligerantes, na música "Get Your Filthy Hands Off My Desert":
"Begin (nota: primeiro ministro israelense) tomou Beirute.
Brejnev (nota: presidente russo) tomou o Afeganistão.
Galtieri tomou a bandeira do Reino Unido.
E Maggie, na hora do almoço, um dia, pegou um cruzador, aparentemente para fazê-lo devolvê-la".
Gravado em vários estúdios ingleses entre julho e dezembro de 1982, o LP foi editado no Reino Unido em 21 de março de 1983 e nos Estados Unidos em 2 de abril. "The Final Cut", ainda em 83 chegou ao 1º lugar no Reino Unido, 6º nos Estados Unidos, conquistou disco de ouro e platina, e em 31 de janeiro de 1997 dupla platina, foi dedicado ao pai de "Roger Waters" (Eric Fletcher Waters).
21º entre os melhores
álbuns conceituais de sempre
Apesar de tecnicamente ser um álbum do Pink Floyd, o nome da banda não aparece escrito no encarte do LP, trás no verso a menção: "The Final Cut - Um réquiem para o sonho do pós-guerra por "Roger Waters", com performance do Pink Floyd. "Waters" disse que sugeriu lançar o álbum como um álbum solo, mas o resto da banda rejeitou a ideia. No entanto, no seu livro "Inside Out", "Nick Mason" diz que isso nunca aconteceu. "Gilmour" ainda declarou que pediu a "Roger" para adiar o lançamento do álbum, para que então pudesse escrever material suficiente para contribuir, mas esse pedido foi negado. O fato é que neste período "David Gilmour" estava focado em seu trabalho solo. Boa audição!
Pink Floyd
The Final Cut
1983 (2011)
Japan Edition (EMI)
The Final Cut
1983 (2011)
Japan Edition (EMI)
Tracklist :
01. The Post War Dream
02. Your Possible Pasts
03. One Of The Few
04. When The Tigers Broke Free
05. The Hero’s Return
06. The Gunner’s Dream
07. Paranoid Eyes
08. Get Your Filthy Hands Off My Desert
09. The Fletcher Memorial Home
10. Southampton Dock
11. The Final Cut
12. Not Now John
13. Two Suns In The Sunset
01. The Post War Dream
02. Your Possible Pasts
03. One Of The Few
04. When The Tigers Broke Free
05. The Hero’s Return
06. The Gunner’s Dream
07. Paranoid Eyes
08. Get Your Filthy Hands Off My Desert
09. The Fletcher Memorial Home
10. Southampton Dock
11. The Final Cut
12. Not Now John
13. Two Suns In The Sunset
Parabéns pela resenha do álbum. Excelente fonte de informação.Esse é um dos meus álbuns preferidos do Pink Floyd.
ResponderExcluirEstou impressionado com a qualidade dos seus trabalhos! Os vídeos são perfeitos! Sua resenha maravilhosa! Parabéns! Sou fã fanático do Pink Floyd e de você também.
ResponderExcluirMuito legal essas informações. Obrigado. Tenho esse álbum desde 84 e gosto muito. Não conhecia os desenhos animados - fantásticos! Você sabe se te disponível o desenho animado para ‘ Not now John’ e ‘Get your filthy hands..” ? Abraço.
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